Planejada no Império para ser uma colônia modelo, os técnicos engenheiros e agrimensores contratados pela Empresa Colonizadora dos Príncipes Conde d´Eu e Princesa Isabel , assim que dividiram a área em lotes, em 1880/85, fixaram diretrizes para nortear o rumo do progresso e do desenvolvimento da região. Os lotes oferecidos eram de 484.000 metros quadrados ou 48,4 hectares, com as seguintes medidas 220 metros de frente por 2.200 metros de fundo.
Agricultura
O fumo em folha representa atualmente um expressivo volume da renda de nossos agricultores. Implantado pela Cia. Souza Cruz há mais de trinta anos, este processo de plantio e secagem das folhas foi largamente difundido no município, alcançando hoje um número altamente expressivo de 1.700 estufas considerando-se a existência de pouco mais de 1800 estabelecimentos agrícolas. Orleans acha-se entre os primeiros produtores de fumo no sul catarinense. Apesar da destinação do produto, hoje tão combatido em todo o mundo, foi a cultura que permitiu a ocupação de todos os membros da família num cultivo assistido com a melhor tecnologia, possibilitando que as mesmas técnicas fossem aplicadas às demais culturas. Na área comercial trouxe uma garantia de preço e ainda o pagamento dentro do prazo determinado, estabilizando assim a economia rural. Foi iniciada há algum tempo o cultivo de frutas e mais recentemente o cultivo de hortaliças sem agrotóxicos , um movimento da Escola Familiar Rural , recentemente criada.
Pecuária
Tão logo o colono se estabelecia, procurava limpar a área cujo mato havia sido derrubado pela Empresa e iniciava a preparação das roças.
Aproveitava a própria madeira para construir ou melhorar a casa de pau a pique. Tratava logo de cercar um piquete plantando grama e recebia da própria Empresa uma vaca para produção de leite, algumas porcas para iniciar a criação, além de adquirir algumas aves nas colônias vizinhas, já desenvolvidas.
Chegou-se a esboçar a criação de avestruzes e de cavalos de raça, conforme correspondência recebida pela direção da colônia, mas nada se consolidou.
O povoamento de gado e porco deu-se anteriormente através dos tropeiros que traziam da serra pelos caminhos primitivos, abertos pelos próprios tropeiros. Daí para frente foi uma questão de tempo, dedicação e sorte.
Se o começo se destinava à própria manutenção com leite, banha, ovos e carne, assim que a produção aumentava deu-se início a comercialização. A criação de gado, mesmo em pequena e média escala, é até hoje uma atividade bastante interessante para o agricultor. Ajuda na alimentação com o leite e o queijo; cria bois para o trabalho e tem sempre como
reserva algum gado para vender. A Suinocultura que antes era praticada pelos colonos com vistas ao consumo próprio e à comercialização hoje alcançou um grande avanço tecnológico.. Nos últimos anos foi implantado em todo o país o sistema integrado na suinocultura e avicultura, demonstrando um melhor rendimento e uma produção de melhor qualidade.
Trata-se de frigoríficos que fornecem todo o apoio ao criador, antecipando os filhotes, a ração e a assistência sanitária até o recolhimento na época mais apropriada para o abate. Hoje existem no município criadores especializados na produção de matrizes as quais são repassadas aos criadores de porcos para engorda e abate. A Avicultura, por sua vez, foi iniciada no município nos anos 60, de forma pioneira no sul do estado. Hoje o município está entre os principais produtores de frangos e ovos. Prosperam ambas as atividades de forma bastante desenvolvida tecnologicamente, vinculadas aos diversos sistemas integrados de aves e suínos do estado.
Indústria
Iniciado um processo industrial de apoio à colonização no final do século XIX, foram as industrias rurais e principalmente alimentares que surgiram desde o início. Atafona para moagem de milho, engenhos para fabricação de açúcar e farinha , fabrica de banha para abate da produção de suínos e mais tarde as charqueadas para abate de bovinos. Houve ainda
no final do século XIX e primeiras décadas do século XX expressiva exportação de carnes suínas salgadas e banha para o Rio de Janeiro, o que era feito via férrea até Laguna e vias marítima até o destino final.
Paralelamente ao desmatamento para o plantio, nasciam as serrarias para desdobramento da madeira extraída das matas virgens. Aproveitando a grande quantidade de madeira serrada nasciam as marcenarias, atividade responsável pelo desenvolvimento de Orleans, principalmente nas primeiras décadas de sua emancipação política, ocorrida em 30/08/1913. A grande produção de móveis, esquadrias, tacos e assoalhos promoveu Orleans nas praças consumidoras de todo o sul catarinense e até mesmo em Porto Alegre.
Um período áureo das fecularias e engenhos de farinha de mandioca também liderou a economia no município, mas a insegurança do comércio exportador ocasionou sérios prejuízos para os produtores e até mesmo aos intermediários compradores.
Situação Atual Felizmente, graças a visão moderna de alguns empresários, as atividades
industriais foram direcionadas a novos e importantes gêneros de indústria, principalmente o de embalagens plásticas, molduras, implementos agrícolas e carrocerias, além de grande produção de madeira beneficiada.
São mais de 100 indústrias, entre médias e grandes, exportando seus produtos para todo o território brasileiro e já se preparando para o Mercosul. Boa parte da mão de obra ocupada vem dos municípios vizinhos, tornando-se um polo industrial de grande expressão no sul catarinense.
Comércio
Há bem pouco tempo as famosas casas de fazendas, armarinhos, armazéns de secos e molhados, que resolviam o problema de abastecimento da população.
A carne era fornecida pelos açougues e os pães e bolachas pelas padarias. O sistema foi se transformando e hoje a parte de alimentação se concentra nos supermercados que rapidamente dominaram o abastecimento da população nos últimos vinte anos.
Em Orleans grandes supermercados se encarregam do abastecimento de gêneros à população. Quanto ao vestuário, móveis e eletrodomésticos um bom número de grandes lojas se encarregada desta tarefa . As cidades vizinhas também se abastecem de nosso comércio.
Ainda com relação a móveis e eletrodomésticos acham-se aqui sediada redes de lojas, uma delas com filias em outros estados.
O mesmo vem ocorrendo com materiais de construção, cuja rede de lojas atendem satisfatoriamente o grande surto de construções urbanas.